Dicas da CUPOLA 06 jul 2023

Vende-se ou vendem-se: dicas de gramática para corretores de imóvel

Vende-se ou vendem-se: dicas de gramática para corretores de imóvel
Júlia Benatti
AUTOR (a): Júlia Benatti

Levante a mão o corretor ou corretora de imóveis que nunca ficou na dúvida na hora de escrever um anúncio. Vende-se ou vendem-se imóveis? Qual é a forma correta de escrever?

Sem mais delongas, já adianto que a forma correta é “vendem-se imóveis”. Contudo, ao continuar a leitura deste artigo, você encontrará outras dicas valiosas para aumentar a qualidade dos seus anúncios e não cometer deslizes na frente dos clientes.

Aqui, você encontrará resposta para outras dúvidas, como:

  1. Por que me preocupar com a gramática?
  2. Preciso decorar todas as regras?
  3. Vende-se ou vendem-se: conheça a regra
  4. Quando usar a crase?
  5. Trás ou traz?
  6. Quando usar cada porquê?
  7. Seção ou sessão?
  8. Atenção além das regras

Por que me preocupar com a gramática?

Boa parte do sucesso de um corretor de imóveis e de uma imobiliária está no atendimento ao cliente. E, como a primeira impressão é sempre a que importa, a apresentação do profissional faz toda a diferença.

Em um mercado tão digital, comunicar-se corretamente nas redes sociais e em seus anúncios de imóveis é bastante estratégico para mostrar profissionalismo e autoridade.

Preciso decorar todas as regras?

Nem mesmo os estudiosos que se dedicam todos os dias à gramática conseguem decorar tudo, então não precisa se preocupar em saber todas as regras de cabeça. O mais importante é ter uma boa fonte para consultar sempre que for preciso.

Portanto, já deixe este link salvo nos seus favoritos para ter sempre à mão!

Vende-se ou vendem-se: conheça a regra

Mesmo sabendo que o correto é “vendem-se imóveis”, também é importante saber qual a lógica por trás da regra. O que determina a concordância verbal, neste caso, é o plural de “imóveis”.

Em frases como essa, é possível fazer uma alteração para “casas são vendidas”. Percebe como, na finalidade, “casas” é o sujeito? Por isso, a concordância verbal é no plural.

Agora, se o sujeito estiver no singular, “casa”, o correto seria “vende-se casa”.

Quando usar a crase?

Muita gente se confunde na hora de usar ou não a crase. A regra pode ser complicada mas, quando você entende seu uso, fica fácil. Para isso, vamos entender, primeiramente, o que é a crase.

A crase é a contração da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Portanto, a crase só pode ser utilizada antes de palavras do gênero feminino. Existem essas são as dicas para saber se a crase deve ser usada:

Cidades, estados e países

Pensando no contexto de corretores de imóveis, pense que você quer comunicar que vai fazer uma viagem. Mas, para saber se você “vai a” ou “vai à” algum lugar, primeiro pense na volta.

Volto de São Paulo = Vou a São Paulo

Volto da Bahia = Vou à Bahia

Na prática, seguimos a mesma regra de só usar a crase para palavras femininas. Contudo, nem todos os substantivos pátrios (nomes de cidades, estados, países ou regiões) carregam artigo.

Portanto, se ao imaginar a volta para casa, você utilizar “da”, deverá usar a crase no “vou à”.

Substantivos femininos gerais

Além do caso de substantivos pátrios, a maioria das palavras que vêm depois da preposição “a” podem ser testadas para verificar se fazemos ou não o uso do artigo feminino, que fará a contração, gerando a crase.

A dica é trocar a palavra feminina para uma masculina, por exemplo:

  • Muito açúcar faz mal à saúde
  • Muito açúcar faz mal ao corpo

Trocando a palavra no feminino por uma no masculino, vemos o termo “ao”, que acontece com a junção da preposição “a” com o artigo masculino “o”. Ou seja, nesse caso, a frase original leva crase.

Outros exemplo de crase

A crase também é usada em casos como:

  • Chego às 13h.
  • A visitação será à noite.
  • A casa é decorada à moda clássica.
  • Para chegar, basta virar à esquerda.
  • Vou entregar o contrato àquele cliente de ontem.

Quando não usar crase

De maneira geral, não devemos usar crase:

  • antes de palavras masculinas;
  • antes de verbos;
  • antes de pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles);
  • antes dos pronomes demonstrativos esse, este, essa, esta, isso, isto.

Trás ou Traz?

Mais um caso que, entendendo a regra, o uso fica bem fácil. O termo traz vem do verbo “trazer”. Portanto, só é utilizado quando tiver esse sentido. O trás, por outro lado, é utilizado para indicar que algo está atrás de outra. Por exemplo:

  • A visitação mostrará a parte de trás do sobrado.
  • O corretor traz sempre consigo uma trena.

Quando usar cada porquê?

Para utilizar cada um dos porquês, siga essa regra:

  • Por que: usado no início das perguntas.
  • Porque: usado nas respostas.
  • Por quê: usado no fim das perguntas.
  • Porquê: usado como um substantivo.

Não ficou claro? Então veja os exemplos a seguir:

  • Por que você quer se mudar?
  • Quero me mudar porque desejo uma casa maior.
  • Você ainda não encontrou o imóvel certo por quê?
  • O porquê foi a falta de tempo para pesquisar.

Seção ou sessão?

Por fim, minha última dica de gramática para corretores diz respeito à diferença entre seção e sessão. Essas duas são palavras homófonas, ou seja, ambas têm o mesmo som, mas escritas e significados diferentes.

Sessão é utilizada para determinar um intervalo de tempo. Já seção tem o significado de separação, conforme os exemplos abaixo:

  • A sessão de visitação será hoje à tarde.
  • Os direitos do locador e locatário ficam na seção IV da Lei do Inquilinato.
  • O cliente marcou uma sessão de consulta com o corretor responsável.
  • Esqueci minha pasta na seção de Marketing do escritório.

Atenção além das regras

Seguindo as dicas que trouxe neste artigo, você evitará cometer deslizes gramaticais nos seus anúncios e troca de mensagens com clientes e parceiros. Mas o que eu realmente quero que você se lembre é que a gramática formal (essa cheia de regrinhas, que a gente aprende desde a escola) é apenas uma das inúmeras faces da nossa Língua Portuguesa.

A Língua é viva! É só observar o quanto as gírias mudam com o passar do tempo, assim como a forma que falamos no dia a dia. Por conta disso, mais importante do que decorar o dicionário e todas as regras gramaticais, é lembrarmos de que o conhecimento dessas regras não é medidor de inteligência, profissionalismo ou caráter.

Nós aprendemos as regras para usar nas situações em que elas são exigidas, como uma reunião de trabalho, a escrita de um e-mail, um contrato etc. Elas são uma ferramenta para transmitir a mensagem que você deseja passar, mas não devem ser motivo para engrandecer ou diminuir ninguém!Espero que você coloque em prática o que aprendeu aqui e possa sempre consultar quando precisar! Aproveite, também, para visitar o Blog da CUPOLA e conferir os vários conteúdos que criamos para o seu desenvolvimento no mercado imobiliário!

Júlia Benatti
AUTOR (a): Júlia Benatti

Júlia Benatti é formada em Publicidade e Propaganda e atua na CUPOLA com a criação de sites e blogs otimizados para mecanismos de buscas (SEO), aumentando a autoridade digital de imobiliárias, construtoras e incorporadoras.